sexta-feira, março 09, 2007

Mais Um Ser Mitico e Maravilhoso! O Lobo Ibérico!




A espécie

Nome Científico:
Canis (Cão) lupus (lobo)












Subespécie na Península Ibérica
Canis lupus signatus

Identificação
Pêlo cinzento a arruivado, com tonalidade castanho-avermelhada na cabeça e nas orelhas. Assemelha-se ao cão pastor alemão mas o peito é mais pronunciado e a cabeça mais larga.


Habitat
Bosques abertos, tundra, florestas densas e montanhas onde se refugia em tocas escavadas por ele ou reaproveitadas de outros animais.


Comportamento
Nocturno na Europa, alimenta-se de roedores, aves, carcaças, ungulados e lagomorfos. Vive em grupos denominados alcateias, com um casa dominante, podendo percorrer mais de 20 km por noite nos seus territórios que podem ir de 100 a 200 km² , dependendo essencialmente da abundância de presas. Socialmente, é variável, podendo actuar em grupo ou sozinho especialmente quando ainda não faz parte de uma alcateia.


Reprodução
A época fértil é de Fevereiro a Abril; o período de gestação é de 63 dias nascendo 3 a 7 crias numa única ninhada por ano. As fêmeas ficam com as crias enquanto o macho procura alimento. Os jovens permanecem com os pais pelo menos durante um ano.


Longevidade
No máximo os lobos vivem entre 15 a 20 anos em cativeiro, menos em liberdade. As causas da sua morte incluem a caça, o veneno, a raiva e viroses.


Factores de ameaça
Perseguição generalizada e escassez de presas naturais


Medidas de conservação
Campanhas de educação e sensibilização, fomento de cervídeos, pagamento de indemnizações por eventuais prejuízos, eliminação do furtivismo, controlo de cães selvagens, apoio à criação de raças autóctones de cães pastores, mecenato e associativismo (ver ligação Juntos pelo Lobo)


Estatuto de Conservação
Vulnerável, anexo II A da CITES, anexo II da Convenção de Berna, anexos B-II e B-IV da Directiva Habitats.
Outra legislação nacional:
Dec.º-Lei n.º 90/88 de 13/08
Dec.º- Lei n.º 139/90 de 27/04


O Lobo foi exterminado pelo Homem em quase toda a Europa e os sobreviventes encontram-se em perigo devido ao cruzamento com cães e à perseguição de que são alvo. Contudo os danos causados aos animais domésticos e os perigos para o Homem são muito exagerados. A maior dependência dos lobos das espécies domésticas deve-se sobretudo à diminuição dos ungulados silvestres, veado e corço, as suas presas naturais (ao lado Mapa da distribuição do Lobo na Europa - Fonte: Societas Europaea Mammalogica).



O Lobo Ibérico (Canis lupus signatus) é uma subespécie, que existe apenas na Península Ibérica, com uma população estimada de 1500-2000 indivíduos. Destes, cerca de trezentos vivem em Portugal, em Particular no Parque Nacional da Peneda-Gerês, Parque Natural de Montesinho e Parque Natural do Alvão. Para além destes núcleos mais numerosos, encontramos a sul do Rio Douro, o núcleo mais ameaçado desta espécie, com uma população muito pequena, sem ligação às anteriores, o que aumenta o seu grau de extinção naquela área (ao lado Mapa da distribuição do Lobo Ibérico em Portugal e Espanha - Fonte: Censo Nacional do Lobo Ibérico 2002/2003, ICN/Grupo Lobo).









Nome vulgar: Lobo Ibérico.



Nome Científico: Canis lupus signatus
Área de Distribuição: Península Ibérica.
Habitat: floresta, serras e planicies
Hábitos alimentares: A alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas silvestres e dos diferentes tipos de pastoreio de cada região. As principais presas silvestres deste predador são o javali, o corço e o veado, enquanto que as presas domésticas mais comuns são os ovinos, os caprinos, os bovinos e os equinos. Pode também predar cães e alimentar-se de cadáveres de outros animais (necrofagia).
Comprimento: entre 1,40 m e 1,80 m
Peso: machos entre 30 a 40 kg, e fêmeas entre 25 a 35 kg.
Período de gestação: cerca de 2 meses.
Número médio de crias: 3 a 8
Longevidade : Em cativeiro, há registos de exemplares que viveram até aos 17 anos.

Estatuto de conservação: Em Perigo (Livro Vermelho dos Vertebrados ICN, de 1990)

Causas de declínio: perseguição directa (p.ex. veneno) e o extermínio das suas presas silvestres. O declínio é actualmente agravado pela fragmentação e destruição do habitat e pelo aumento do número de cães vadios/assilvestrados.

A subespécie de lobo que habita a Península Ibérica designa-se cientificamente por Canis lupus signatus e foi descrita por Angel Cabrera em 1907. Outrora distribuindo-se por toda a península, actualmente encontra-se circunscrita às regiões do Centro-Norte e Norte.

Estima-se que na Península Ibérica, sobrevivam cerca de 2000 lobos, dos quais 300 em território português. Durante o século XIX os lobos eram numerosos em Portugal ocupando todo o território nacional. Contudo, já em 1910 era notório o seu declínio e apesar do actual estatuto de conservação do lobo, os estudos até agora realizados sugerem que a população lupina em Portugal continua em regressão, encontrando-se actualmente confinada à região fronteiriça dos distritos de Viana do Castelo e de Braga, à província de Trás-os-Montes e parte dos distritos de Aveiro, de Viseu e da Guarda. As causas do declínio do lobo são, fundamentalmente, a perseguição directa e o extermínio das suas presas selvagens - veado e corço.
O declínio é actualmente agravado pela fragmentação e destruição do habitat e pelo aumento do número de cães assilvestrados.

A perseguição directa movida por pastores e caçadores - caça furtiva com armas de fogo, remoção das crias das tocas, armadilhagem e envenenamento - deve-se à crença generalizada que o lobo ataca o homem e os animais domésticos. A escassez de presas naturais, provocada pela excessiva pressão cinegética sobre os cervídeos e pela destruição do habitat, leva a que, de facto, os lobos por vezes ataquem os animais domésticos. No entanto, em áreas onde as presas naturais abundam, os prejuízos provocados pelo lobo no gado são quase inexistentes. Ao mesmo tempo, pensa-se que presentemente existam centenas de cães abandonados a vaguear pelo país, que competem com o lobo na procura de alimento, sendo provavelmente responsáveis por muitos dos ataques a animais domésticos incorrectamente atribuídos ao lobo. Em relação ao ataque a humanos, existe apenas uma informação comprovada que se refere a um animal com raiva, doença que, felizmente, já há muitos anos se encontra irradicada de Portugal.


O lobo só sobreviverá se lhe proporcionarmos refúgios adequados e alimentação natural (corço, veado, e javali), e aceitarmos que cause algumas baixas nos rebanhos, sendo os pastores indemnizados, sempre que o ataque seja comprovadamente atribuído ao lobo.

A reintrodução de cervídeos - veado e corço - é fundamental para a sobrevivência dos nossos últimos Lobos Ibéricos.



O Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRLI) foi criado em 1987 com o objectivo de providenciar um ambiente, em cativeiro, adequado para lobos que não possam viver em liberdade.

O CRLI ocupa 17 hectares de terreno, num arborizado e isolado vale.
Os lobos no CRLI vivem em cercados com dimensões em função do tamanho da alcateia presente, com uma boa cobertura vegetal, topografia heterogénea e providenciando bons abrigos. Actualmente, existem sete cercados no Centro, que ocupam uma área total de 4,49 hectares.

Os lobos podem ser observados em condições únicas, das torres de observação, situadas em pontos estratégicos, com uma vasta vista para diferentes cercados.

Ao mesmo tempo que o CRLI providencia os melhores cuidados aos lobos, proporciona a realização de estudos, sobretudo na área do comportamento social que, associados à investigação realizada na Natureza pelo Grupo Lobo, servem de base para uma campanha de divulgação, que procura informar o público sobre a verdadeira natureza do lobo.

O CRLI possui um programa de voluntariado acessível às pessoas maiores de 18 anos e interessadas na conservação da vida selvagem. Este programa permite a participação nas actividades diárias, incluindo a alimentação dos animais e a manutenção de toda a área do Centro.

As condições para integrar este programa estão disponíveis junto do responsável do CRLI.
Contactos:



Centro de Recuperação do Lobo Ibérico
Quinta da Murta. Gradil
Apartado 61. 2669-909 Malveira
Telefone – 261785037
Fax - 261788047
Telemóvel – 917532312
e-mail -
globo@fc.ul.pt


Apesar de extinto, o património que o Lobo Ibérico legou ao longo de séculos na Serra d'Arga, merece uma urgente e permanente atenção, por forma a perpetuar a sua memória ecológica e cultural, para as gerações presentes e futuras...!
O objectivo desta página é o de darmos a conhecer ao público em geral o que existe na Serra d'Arga relacionado com esta espécie e que pode ser usufruído através de uma perspectiva de educação para a conservação da natureza, integrando os diversos agentes territoriais.
Acompanhe-nos nesta viagem a um universo místico que o Lobo Ibérico construiu com o Homem... para que a memória dessa relação não se esgote, mas perpetue!
Bem-vindo à memória do Lobo Ibérico na Serra d'Arga!



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Contactos

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966552428




Artigos
Sobre o Lobo ibérico...

»"A alcateia mais perto da costa atlântica em risco de extinção"
Por Francisco Ribeiro (Lusa), 27 de Outubro de 2003

»"Cabra morta há duas semanas faz renascer a esperança na sobrevivência do Lobo Ibérico"
Por Francisco Ribeiro (Lusa), 27 de Outubro de 2003

»"Um predador à espera de soluções - os últimos redutos, até quando poderão aguentar?"
Por Anabela Moedas & Pedro Alarcão, Ozono- Revista de Ecologia, Sociedade e Conservação da Natureza, Janeiro/Fevereiro de 2003, pp. 18-19

» "Núcleo Populacional da Peneda-Gerês: Alcateia de Arga"
Por Francisco Álvares, Situação Populacional do Lobo em Portugal: resultados do Censo Nacional 2002/2003, (2006), Lisboa, ICN/Grupo Lobo, pp 84.

»"Testemunhos da ancestral relação entre o lobo e as comunidades rurais na Serra de Arga"
Por Pedro Primavera & Francisco Álvares (exclusivo LOBOARGA) - Setembro de 2006

»"O Ecoturismo e a Conservação do Lobo Ibérico"
Por Clara Espírito-Santo (exclusivo LOBOARGA) - Dezembro de 2006

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