sexta-feira, novembro 21, 2008

A Não Perder!

Exposição "Caixa da Memória - Bacalhoeiros do Barlavento Algarvio"

Até 2009-02-01

Um tributo aos homens que arriscaram a vida nas lides da pesca do bacalhau, cujos rostos e identificações formam um memorial em forma de cubo, composto por centenas de pescadores, protagonistas daquela que ainda é conhecida como a “faina maior”.

Museu de Portimão

Horário: 3ª das 14h30 às 18h00 e de 4ª a Domingo das 10h00 às 18h00.

quinta-feira, outubro 23, 2008

A Banda do Momento


ESPÍRITO VIKING



Amon Amarth é uma banda da cidade de Tumba, Suécia de death metal melódico com tema viking em suas letras. Como o próprio vocalista já disse, a banda não é Viking Metal, apenas canta músicas sobre Vikings e sobre a mitologia nórdica.

Formada originalmente em 1988 com o nome "Scum", tornou-se Amon Amarth em 1992, nome retirado da obra "O Senhor dos Anéis" de J.R.R. Tolkien, onde significa "Montanha da Perdição" ("Mount Doom") em Sindarin, idioma também denominado "a língua dos elfos-cinzentos", "a língua de Beleriand", "a língua nobre", sendo várias vezes referida nos livros como simplesmente "a língua élfica".

Em 1992, a quando da adopção do novo nome, a banda era composta pelo vocalista Johan Hegg, pelos guitarristas Olavi Mikkonen e Anders Hansson, pelo baixista Ted Lundström e pelo baterista Nico Kaukinen.

A primeira demo da banda, "Thor Arise", foi gravada em 1993, mas nunca chegou a ser editada devido a problemas de som. Seguiu-se uma segunda demo, em Abril de 1994, "Arrival of the Fimbul Winter", da qual foram vendidas todas as cópias editadas.

Em Novembro de 1995, após assinarem um contrato com a editora Pulverised Records, a banda decidiu utilizar no decurso de cinco dias o "Abyss Studio" de Peter Tägtgren (vocalista e guitarrista da banda Hypocrisy). Assim, foi editado em Abril de 1996 o EP "Sorrow Throughout The Nine Worlds".

Pouco depois o baterista Niko Kaukinen saiu da banda, sendo substituído por Martin Lopez. Com um novo baterista e, mais uma vez, a ajuda de Peter Tägtgren, o álbum de estreia do Amon Amarth, "Once Sent From The Golden Hall", é lançado em 1998 pela editora Metal Blade.

Foram adicionamos à banda o guitarrista Johan Söderberg e o baterista Fredrik Andersson em 1999 para a gravação do álbum "The Avenger", devido à saída de Hansson e Lopez. Lopez saiu para se juntar à banda Opeth, com a qual gravou vários álbuns entre 1998 e 2005.



Nota: Se procura pela montanha da obra de J.R.R. Tolkien, consulte Amon Amarth.




DISCOGRAFIA



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Fate of Norns

An Ancient Sign of Coming Storm
Where Death Seems to Dwell
Fate of Norns
The Pursuit of Vikings
Valkyries Ride
The Beheading of a King
Arson
Once Sealed in Blood

bonus DVD Disc (limited edition only)
Amon Amarth live at Grand RokkReykjavik:
Death in Fire
The Last with Pagan Blood
For the Stabwounds in our Backs
Masters of War
The Sound of Eight Hooves
Bloodshed
Versus the World
Victorious March

VsTheWorld03.jpg

Versus The World

Death In Fire 4.56
For The Stabwounds In Our Backs 4.57
Where Silent Gods Stand Guard 5.47
Versus The World 5.20
Across The Rainbow Bridge 4.49
Down The Slopes Of Death 4.08
Thousand Years Of Oppression 5.40
Bloodshed 5.15
And soon the world will cease to be 6.57

Recorded at Berno Studio
Produced by Berno and Amon Amarth
Cover by Tom Thiel and Thomas Everhard.

Out November 18th in Europe.
The US release is set to mid January 2003.


TheCrusher.jpg

The Crusher

Bastards of a lying breed 5:33
Masters of war 4:33
The sound of eight hooves 4:50
Risen from the sea 2000 4:26
As long as the raven flies 4:03
A fury divine 6:35
Annihilation of hammerfest 5:02
The fall through Ginnungagap 5:21
Releasing Surtur’s fire 5:25
*The eyes of horror
Recorded at Studio Abyss in November 2000.
Engineered by Lars Szöke and Mixed by Peter Tätgren.
Mastered at Cuttingroom by Peter In the Betou.
Bonustrack "The eyes of horror" recorded at Das Boot studio.
Cover by Tom Thiel and Thomas Everhard.
Layout by Thomas Everhard.

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The Avenger

Bleed for ancient god's 4:31
The last with pagan blood 5:39
North sea storm 4:55
Avenger 7:11
God, his son and holy whore 4:00
Metalwrath 3:49
Legend of a banished man 6:08
*Thor arise 5:07

Recorded at The Abyss studio, March 1999
Engineered and Mixed by Peter Tägtgren
Mastered at Cuttingroom Stockholm by Peter In The Betou
Cover and layout by Thomas Everhard

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Once sent from the golden hall

Ride for vengeance 4:28
The Dragon's flight across the waves 4:33
Without fear 4:50
Victorious march 7:56
Friends of the suncross 4:42
Abandoned 6:00
Amon amarth 8:06
Once sent from the golden hall 4:11

Recorded at Abyss Studio autumn 1997
Engineered by Peter Tägtgren.
Cover by Peter Kinmark.



sttnw.jpg

Sorrow throughout the nine worlds

Sorrow throughout the nine worlds 3:51
The arrival of the fimbul winter 4:26
Burning creation 5:04
The mighty doors of the speargod's hall 5:43 Under the greyclouded sky 5:38

Recorded at Abyss Studio November 1995
Mixed and engineered by Peter Tägtgren.
Cover by Amon Amarth, Layout by Honvie






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Burning creation
The arrival of the fimbul winter
Without fear

Released in 1000 copies. Sold out.

Recorded in studio Lagret 1994
Engineered by "Söder"









TOUR 2008



The Unholy Alliance, Chapter III tour:

27.10 Manchester Apollo, Manchester, ENG TICKETS
28.10 Wolverhampton Civic, ENG TICKETS
30.10 Hammersmith Apollo, London, ENG TICKETS
31.10 Hammersmith Apollo, London, ENG TICKETS
02.11 Cardiff Arena, WAL TICKETS
03.11 SECC Academy, Glasgow, SCO TICKETS
05.11 Stadthalle, Offenbach, DE TICKETS
06.11 Palladium, Köln, DE TICKETS
07.11 Heiniken Music Hall, Amsterdam, NL TICKETS
09.11 Schleyerhalle, Stuttgart, DE TICKETS
10.11 Eishalle Deutweg, Winterthur, SWI TICKETS
11.11 Zenith, Paris, FR TICKETS
12.11 Lotto Arena, Antwerp, BEL TICKETS
14.11 Palasharp, Milan, ITA TICKETS

16.11 Gasometer, Wien, AUT TICKETS
17.11 Incheba Hall, Prague, CZ TICKETS
18.11 Zenith, München, DE TICKETS
19.11 Columbia Halle, Berlin, DE TICKETS
21.11 Valby Hallen, Copenhagen, DEN TICKETS
*NEW*
22.11 Lisebergshallen, Göteborg, SE (Without Trivium)
23.11 Hovet, Stockholm, SE TICKETS
*NEW*
24.11 Spektrum, Olso, NO TICKETS
*NEW*
26.11 Old Ice Hall, Tampere, FIN TICKETS
*NEW*
27.11 Old Ice Hall, Helsinki, FIN TICKETS *NEW*


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06.12.2008 (TR) ISTANBUL / Bostanci Gosteri Merkezi
13.12 Satan's Convention (DE) lengerich at gempt hall
20.12.2008 (IRE) CORK / Cork Winterfest

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BLOODSHED OVER BOCHUM:
4 Evenings - 4 Shows - 4 Albums

28.12 ONCE SENT FROM THE GOLDEN HALL (DE) Zeche Bochum
29.12 THE AVENGER (DE) Zeche Bochum
30.12 THE CRUSHER (DE) Zeche Bochum
31.12 VERSUS THE WORLD (DE) Zeche Bochum

Tickets available via www.konticket.de or www.metaltix.com







Música
With Oden On Our Side
'Runes To My Memory' (taken from 'With Oden On Our Side')
Fate Of Norns
'An Ancient Sign Of Coming Storm ' (taken from 'Fate Of Norns')
Versus The World
'Death In Fire' (taken from 'Versus The World')
The Crusher
'Masters Of War' (taken from 'The Crusher')
The Avenger
'Metalwrath' (taken from 'The Avenger')
Once Sent From The Golden Hall
'Ride For Vengeance' (taken from 'Once Sent From The Golden Hall')



quarta-feira, outubro 22, 2008

Novembro: Mês da Castanha

Magusto Popular – Alferce

Vai a junta de Freguesia de Alferce assinalar mais um dia de todos o Santos, no dia 1 de Novembro, com a organização do magusto popular de Alferce.

Neste não faltará as castanhas assadas, água pé, mostra de produtos locais e artesanato local e muita animação.

Programa:

11H00
Abertura da Mostra de Produtos Locais e Artesanato (Tasquinhas)

14H00
Abertura da Exposição de Bordados Casa do Povo de Alferce

15H00
Baile com as Acordeonistas EULÁLIA E VÂNEA NUNES

17H00
Grupo de Música Popular Portuguesa FONTE NOVA

19H00
Paródia Musical GANDA MALUCOS








XV Festa da Castanha - Marmelete

Terá lugar no próximo dia 1 de Novembro, no largo junto à Casa do Povo de Marmelete, a 15.ª Edição da Festa da Castanha, uma organização da Freguesia de Marmelete e que conta com a colaboração das Associações vivas da Terra.

Programa:

15:00 - Início dos magustos (Oferta das castanhas)

18:30 - Entrega de Diplomas de Mérito aos melhores alunos da Freguesia

19:00 - Actuação Musical ROSINHA E AS SUAS BAILARINAS

20:30 - Baile (em recinto fechado) com o Acordeonista EMANUEL MARTINS

Evento gratuito, com inicio às 15h00, que coloca ao dispor dos visitantes barraquinhas com petiscos da região (porco no espeto, javali, filhós, etc).













A quinta edição do Passeio TT Serra de Monchique – Rota da Castanha vai realizar-se nos próximos dias 8 e 9 de Novembro, anunciou a organização, a cargo do Monchique Montanha Clube.

Trata-se de “uma referência no panorama do desporto de lazer nacional”, reforça o emblema, acrescentando: “Assume-se como uma montra de promoção e valorização do interior algarvio em geral e da serra de Monchique em particular.”

O MMC preparou dois dias de diversão, “com oportunidades únicas de vislumbrar as sempre magníficas paisagens e vistas da serra, ao mesmo tempo que todos os participantes poderão desfrutar da sempre apetitosa gastronomia local”.


Os interessados podem obter mais informações junto do contacto 962977771 ou do endereço serrademonchique@gmail.com.







Almargem organiza caminhada no ponto mais elevado do Algarve: A Fóia



A associação de defesa do património cultural e ambiental do Algarve – Almargem, vai promover, no próximo domingo, dia 26, uma caminhada em volta do ponto mais elevado do Algarve, “com o que de melhor a Serra de Monchique ainda tem para oferecer”.

“Ronda da Fóia” é o nome que os membros da Almargem deram a esta iniciativa, onde os participantes vão caminhar sempre acima dos 700 metros de altitude, mirando o ponto mais elevado do Algarve pelos quatro cantos da rosa-dos-ventos.

O ponto de encontro para esta caminhada está marcado para as 8h30, em Loulé, na sede da Almargem, ou, em alternativa, às 9h45, no alto da Fóia.

Os responsáveis da associação adiantam que o percurso tem cerca de 12 quilómetros, com alguns declives acentuados, pelo que aconselham o uso de equipamento adequado, como botas de marcha, mochila, almoço e bastão.

As inscrições para esta “Ronda da Fóia” estão abertas até dia 24, e custam dois euros para sócios e estudantes e três euros para não sócios.

A organização recorda que neste domingo, às 2h00 da manhã, muda a hora, pelo que se deve atrasar os relógios 60 minutos.

Utilidades...

O carro de combate Leopard






Muita animação em Faro para receber comemorações do Dia do Exército

A cidade de Faro vai ter uma animação especial no próximo fim de semana. O Município vai receber e apoiar as comemorações do dia do Exército, de 23 a 26 de Outubro, com diversas actividades de carácter militar, cultural, desportivo e recreativo.

Trata-se de uma iniciativa com importância a nível nacional, que vem marcar e reafirmar a aposta do município na vertente cultural e Faro estará de “portas abertas” a todos os visitantes, sobretudo aos mais jovens, os quais poderão usufruir de diversas actividades.

A cerimónia e desfile militar, no dia 26, no Jardim Manuel Bivar, corresponderá ao ponto mais alto das comemorações, contando com a presença de cerca de 1200 militares.

Também neste dia será celebrada uma Missa na Igreja da Sé pelo Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Januário Torgal Ferreira, e com transmissão em directo na RTP.

De 23 a 26, decorrerão as actividades complementares, com exposição de capacidades e meios, uma mostra daquilo que são os meios fundamentais do Exército, na Praça da Pontinha.

Neste local será apresentada a viatura de combate Leopard, com 60 toneladas, que chegará da Holanda, directamente para Faro, e que o Exército irá receber para estas comemorações.

Estarão ainda presentes outras viaturas militares e emblemáticas, como o Pandur, viatura com 8 rodas e de grande impacto.

Ainda na Praça da Pontinha os mais jovens terão acesso à Torre Multi-Usos que permitirá a realização de escalada, Slide e Rappel, sendo esta acção constantemente monitorizada por pessoal devidamente habilitado e garantindo a segurança pessoal dos participantes desta experiência.

Também no Jardim Manuel Bivar haverá uma exposição de materiais e pólos de experiência.

Estas exposições que decorrerão ao longo das comemorações estarão abertas ao público, com livre acesso, no seguinte horário: dia 23- 14:00 às 22:00; dias 24 e 25- 10:00 às 22:00 e dia 26- 12:30 às 20:00.

Destaca-se ainda, no dia 25 de Outubro, pelas 21h30, a actuação da Banda Sinfónica do Exército, composta por 105 músicos, com relevo a nível nacional e também internacional, e que proporcionará um concerto memorável no Teatro das Figuras, com entrada livre.

Ainda em parceria com a Universidade do Algarve, as comemorações irão incluir as Jornadas Académicas, no dia 24, no Campus de Gambelas, durante as quais serão apresentados três painéis: “A presença do Exército no Algarve ao longo da história”; “Fortificações e Arquitectura Militar no Algarve” e “Cartografia e Topografia”.

Durante estas apresentações, que decorrem das 10:00 às 16:00, decorrerá uma exposição de Cartografia: “Portugal em vésperas das Invasões Francesas”.

Através do programa das Comemorações do Dia Exército, em parceria com a Câmara Municipal de Faro, Diocese de Faro e Governo Civil, o Exército Português, organizador do evento, pretende divulgar o seu espírito e capacidades, transmitindo a ideia de um Exército participativo e aberto à sociedade.


PROGRAMA

De 23 a 26
Exposição militar de capacidades e meios do Exército- Praça da Pontinha
Torre multi-usos- escalada/rappel/slide- Praça da Pontinha
Exposição de materiais e Pólos de Excelência- Jardim Manuel Bivar
Horário:
Dia 23- 14:00»22:00
Dias 24 e 25- 10:00»22:00
Dia 26- 12:30»20:00

Dia 24
Jornadas Académicas- 10:00»16:00
10:30- Painel I- A Presença do Exército no Algarve ao longo da História
12:00- Painel II- Fortificações e Arquitectura Militar no Algarve
14:30- Painel III- Cartografia e Topografia
Exposição “Cartografia de Portugal em vésperas das Invasões Francesas”- durante o dia
Local: Universidade do Algarve- Campus de Gambelas- Auditório Verde
Apoio: UALg

Dia 25
08:00- Treino para a cerimónia militar
21:30- Concerto com a Banda Sinfónica do Exército- Teatro das Figuras
Com 105 músicos/ naipes de cordas, percussão e sopro

Dia 26
10:00- Missa de Acção de Graças e de Sufrágio- Sé Catedral
Presidida pelo Bispo das Forças Armadas e de Segurança, S. Exa. Ver. D. Januário Torgal Ferreira /com transmissão em directo pela RTP
11:30 - Cerimónia Militar (parada e desfile).- Jardim Manuel Bivar
Com mais de 1000 militares (componente operacional; vertente ensino)
Comando das Forças: Major-General Jerónimo
Salvas de Artilharia


Todas as iniciativas têm entrada livre


PELA NATUREZA...MAS MAIS PELA GANÂNCIA...

As Caldas de Monchique era um Paraíso...

Lembro-me bem de ir lá muitas vezes, quando a água era límpida e pura, quando era tudo muito natural...em estado selvagem. Agora está tudo muito artificial, retiraram a magia que aquele recanto tinha e neste momento é mais um local para os porcos burgueses "chuparem" o que conseguírem.

Devido à ganância, as Caldas de Monchique tornou-se uma estância turística, onde nem as pessoas da terra podem ir sem ter de pagar...enfim, é quem pode comer mais à conta de quem tem trabalhado sol a sol para que toda aquela terra continue com os seus produtos regionais e que aquelas paisagens continuem sempre férteis e bonitas.



NOTICIA:


Recuperação das Caldas de Monchique ganha prémio


22-10-2008 |

A vila termal das Caldas de Monchique foi distinguida, no passado dia 10, com o prémio Algarve Maximus, na categoria “Equipamentos e Serviços Turísticos”.

A iniciativa foi promovida pela Região de Turismo do Algarve (RTA), que reconhece assim o investimento da Fundação Oriente na recuperação do património. O projecto, distinguido no decorrer de uma cerimónia realizada em Vilamoura, visa “estimular a qualidade do turismo na região e motivar as entidades do sector a inovar e a elevar os níveis de excelência na prestação de serviços”. O júri dos prémios, composto por personalidades como Francisco Pinto Balsemão, Maria Barroso, Miguel Sousa Tavares e Ruy de Carvalho, nomeou três candidatos em seis categorias para votação, cabendo a escolha final ao público (através do portal da Região de Turismo do Algarve) e da Comissão Instaladora do Turismo do Algarve. A vila termal das Caldas de Monchique reabriu em 2001, depois de encerrada durante seis anos para recuperação total dos edifícios e do espaço envolvente. Actualmente, fazem parte da vila cinco hotéis, dois restaurantes, spa termal, piscinas exteriores, loja de conveniência e artesanato e o tasco Wine Bar. Localizada a 15 quilómetros de Portimão, em plena Serra de Monchique, “a Vila termal das Caldas de Monchique revela-se como o Algarve de eleição para os amantes da natureza, assim como um marco incontornável para quantos desejem conhecer o verdadeiro Algarve”, salientam os responsáveis. “Este prémio é o reconhecimento do investimento feito pela Fundação Oriente para a recuperação do património, a qual, também, não teria sido possível sem a cooperação da Câmara de Monchique, nomeadamente do presidente Carlos Tuta”, afirmou o director-geral Tiago Martins Barata.

terça-feira, outubro 21, 2008

"Algarviadas"

A AMÊNDOA FALHUDA

António Nunes


Por volta dos anos setenta (1970), teria a minha filha mais ou menos 8 anos, morávamos em Alverca do Ribatejo, onde eu exercia a minha actividade profissional. Num período das minhas férias, como era e ainda é tradição nos Algarvios, as ditas férias só podiam ser gozadas no Algarve.

Há uma expressão giríssima que é a seguinte: - A malta de todas as regiões do país, quando vai de férias diz que vai à terra. Vocês, Algarvios, quando chega essa época vão ao Algarve!...

Portanto pelas férias viemos ao Algarve, como já disse, a minha filha tinha oito anos.

Um dia na casa dos meus sogros, onde se praticava a linguagem, com um número bastante elevado de termos regionais, que eu deliberei chamar no meu Livrinho “ALGARVIADAS”. Onde se dizia normalmente farrobas, zêtonas, trigue, também figue e outros termos mesmo nossos, que agora não vou aqui espalhar.

A minha sogra ofereceu à minha filha, meia dúzia de amêndoas das de casca macia, daquelas que hoje poucas há, mas que se partiam a dente, quem tivesse boa dentição. A criança mesmo as amêndoas tendem a casca mol, viu-se aflita para partir uma, acabando por me pedir que as partisse.

Nesse meio tempo a avó perguntou à neta, se gostou das amêndoas, ao que a miúda lhe respondeu:

- Não sei vó!... Ainda não comi nenhuma!

Perante tal resposta a avó tornou a perguntar:

- Nêm ó men’s conseguiste partir uma?

A minha filha respondeu prontamente:

- Parti uma mas estava xôxa!

Aquela Avó que comia qualquer coisa ia morrendo engasgada. Tivemos que lhe dar a célebre receita - umas palmadinhas nas costas - para ajudar a desentupir o garganete.

Depois do desengasganço e já bem recomposta dizia:

- Ai esta criança, fala tão mal!...

-Môce tira as mãos das algebêras, vai trabalher débe!






O CIGANO COM O BURRO COXO


Quem conhece os ciganos e a sua conversa, quem vai na conversa deles está feito. Há o ditado popular que define bem a categoria dos ciganos, que é o seguinte:

“- Um olho no burro, outro no cigano”.

Eles para o negócio são peritos, são bem capazes de “vender” o pai e a mãe, ou os dois juntos, mas só entregar um, ou se possível nenhum.

Um dia numa feira um homenzinho do campo, foi vender um burro que estava velho e coxo. Mancava de uma pata da frente. Os ciganos fizeram negócio com o homem, compraram-lhe o burro e trataram de arranjar o burro. Tosquiaram-no, meteram-lhe uma albarda menos velha e, no que respeita ao coxear, trataram de amarrar à outra pata que não coxeava, um cordel e apertaram até o burro se encolher, pondo-o a andar coxeava das duas, o que dava ideia de ser um andar próprio daquele animal.

-Quem não é burro pensa assim. Cada burre coxêa à sua manêra.

Agora chegou a vez de os ciganos venderem o burro. Primeiro um cigano deu-lhe uma sova, para o animal ter medo dele. Sova essa que o burro, mal ouvia a voz do cigano queria fugir, dando ideia de vivacidade.

Foram ter com o tal homem, ex dono do jumento e mostraram-lhe o animal. Ele às primeiras impressões disse que era o mesmo burro, ao que os ciganos responderam:

-Ai vezinhe até fique mal desposte com a su conversa. Atão o vezinhe nã vêi qu’ é um alimal más nove, ... quer ver ele a andar, nã coxêa!

Puseram o burro a andar e o cigano que deu a surra no jumento aos berros, o pobre do burro cuidava de fugir mas não podia, estava seguro pela arreata, que também era nova. O nosso homem esteve um bocado a olhar para os malabarismos dos ciganos com o pobre do animal, até que disse que o burro tinha um andar esquisito. Voltam os ciganos com a retórica:

-Àí eu é que tou a fecar desquesite com a su conversa. Atão o burre é ó nã é benite, tem um andar todo vaidoso e o vezinho a pôr defêtos! Má tão quer ou nã quer comprar o burro?

O homem foi na conversa dos ciganos e comprou o burro, pelo dobro do dinheiro que tinha vendido. Burro não era o burro, burro foi o dono que foi na conversa da ciganada, acabando por comprá-lo.

Moral da história: - O comércio, ou negócio, é a prática da troca com um fim lucrativo.
“Descobrir a Via Algarviana” no próximo domingo

“Descobrir a Via Algarviana” é a sugestão do Ciclo de Passeios Natureza 2008 “Descobrir São Brás Pé Ante Pé” para o próximo domingo, dia 26 de Outubro, um projecto que visa potenciar o eco-turismo no Algarve interior.

O passeio do próximo domingo, com ponto de encontro pelas 09:30 horas, no Parque da Serra (em Parises) é um convite para conhecer este típico sítio serrano e andar a pé, por entre os estevais da Serra do Caldeirão, numa extensão aproximada de 9Km.

Os interessados devem contactar a organização, pelo telefone 289 840 005 ou e-mail municipe@cm-sbras.pt. Para quem desejar, a Câmara Municipal efectua transporte em autocarro municipal até ao ponto de partida, desde o Terminal Rodovário.

segunda-feira, outubro 20, 2008

6º Encontro de Arqueologia do Algarve

A Câmara Municipal de Silves, em conjunto com o IGESPAR, a Universidade do Algarve e o Campo Arqueológico de Mértola, promove o 6º Encontro de Arqueologia do Algarve - O Gharb no al-Andalus. O encontro decorre nos próximos dias 23, 24 e 25 de Outubro de 2008, em Silves (na FISSUL).

José Luís de Matos, Pioneiro da Arqueologia Medieval Islâmica no Algarve, será a figura homenageada nesta edição.

Na verdade, este evento é, provavelmente, o mais importante seminário de carácter científico relacionado com a Arqueologia, que se realiza no sul do país e junta especialistas de renome mundial, tais como Juan Zozaya, Guillermo Rosselló-Bordoy, Maria de Jesus Viguera, Manuela Marín, Christine Mazzoli-Guintard, Christophe Picard, Pierre Guichard ou o português Cláudio Torres (responsável pelo Campo Arqueológico de Mértola). Este e muitos outros participantes discutirão temas que permitirão uma melhor compreensão da importância do O Gharb no al-Andalus. Para Silves, esta temática é da maior relevância, dada a conhecida relação histórica desta cidade com este período importante de presença muçulmana na Península Ibérica.

Todos os painéis serão seguidos de debates, que permitirão enriquecer a partilha de ideias e estarão, igualmente, disponíveis 20 posters de diferentes investigadores, que permitirão que os participantes tomem contacto com diferentes investigações.

A ficha de inscrição deste evento está disponível no site da Câmara Municipal de Silves, no link que a seguir se indica:

(http://www.cm-silves.pt/portal_autarquico/silves/v_pt-PT/pagina_inicial/noticias/Encontro+de+Arqueologia.htm ) e poderão solicitar-se mais esclarecimentos ao Sector de Arqueologia, através do telefone 282 440 800.

III Mostra dos Frutos Secos de Paderne

Recordar o que a agricultura representava

foto

Clique na imagem para a aumentar.
A Praça Comendador António Libâneo Correia já demonstrou ser o local indicado para a realização de festejos de cariz popular, e entre eles, está a Mostra dos Frutos Secos que, mais uma vez, foi organizada pela Junta de Freguesia de Paderne, contando com o apoio da Câmara Municipal de Albufeira e das várias associações locais que se fizeram representar no certame

Mais de uma dezena de tasquinhas, espalhadas pelo recinto, mostraram os diversos produtos, em que os frutos secos têm presença, como bolos, doces, saladas e outros produtos gastronómicos, sem esquecer as amêndoa, figos, nozes, amendoins, tremoços e azeitonas. A quantidade e a qualidade dos produtos suscitaram o interesse dos muitos visitantes presentes nos dois dias, com maior evidência no domingo.

As previsões atmosféricas não eram favoráveis mas o que aconteceu foram dias de sol, com temperaturas primaveris a convidar a sair de casa. Se mais não vieram foi porque a crise não aconselhou a fazê-lo.

A mostra era de frutos secos mas não faltou a animação com música e folclore, a cargo dos ranchos folclóricos do Calvário e de São Bartolomeu de Messines e do acordeonista-animador José Manuel Pasadinhas. Maria Emília Rodrigues, secretária da Junta de Freguesia, directora do evento, dirigiu as operações, apresentando os grupos musicais.

Esta mostra o que foi o passado

Na cerimónia de abertura, Francisco Manuel Fernandes Guerreiro, Presidente da Junta de Freguesia, saudou os visitantes e salientou a capacidade dos padernenses para integrarem eventos como este.

Castelão Rodrigues, Delegado Regional da Agricultura, afirmou:

“Começo por agradecer ter sido convidado para estar aqui partilhando convosco um pouco desta festa onde se mostrou o que são os frutos secos da freguesia de Paderne e do concelho de Albufeira.

Simboliza uma imagem do Algarve em que o figo, a amêndoa, a alfarroba e a azeitona eram os rendimentos de muitas famílias. Os tempos mudaram e hoje Paderne já não tem tantos frutos secos porque foram substituídos pelo regadio, nomeadamente os pomares de citrinos.

Esta mostra serve ainda para relembrar o que foi o nosso passado, o que é de enaltecer mas também fazer com que o mundo agrícola continue.

Parabéns pela qualidade dos produtos que aqui estão e que traduzem o que é o mundo rural, na sua tradição. A afluência que se vê neste recinto denota a importância desta feira mostrando que amanhá, se calhar, este espaço poderá ser pequeno para este evento”.

No domingo, antes do encerramento que acontecera mais tarde do que fora previsto, pois a temperatura amena convidava à permanência, foram entregues diplomas a todos os expositores e participantes no evento.

O Mar...e as suas gentes...

Tavira mostra ligações ao mar

Tavira tem uma forte ligação ao mar e vai mostrar alguns aspectos dessa relação na exposição “Tavira: patrimónios do mar”. Leia aqui.

A exposição “Tavira: patrimónios do mar” é inaugurada no dia 25 de Outubro, às 18h00, e prolonga-se até dia 17 de Junho de 2009, no Palácio da Galeria.

A mostra vai analisar a relação da cidade com o mar, numa perspectiva cronológica, com preocupações informativas e educativas.

A exposição foi desenvolvida a partir de espólios arqueológicos e objectos artísticos, cartas (parietal de 1790, Sande Vasconcellos com 4 metros e projecto de encanamento do Gilão de 1825), mapas, esculturas, ex-votos, modelos tridimensionais e uma peça multimédia.

Os visitantes vão poder observar a descrição das alterações físicas e territoriais provocadas pelas hidrodinâmicas do estuário e as mutações das ilhas-barreira, as mobilidades humanas que levaram à fundação da cidade, a evolução de elementos arquitectónicos, as economias locais, as rotas comerciais entre a Ásia, o Mediterrâneo e o Norte da Europa que marcaram a cidade, as religiosidades marítimas e também as novas funções do mar trazidas pelo século XX.

“Tavira: patrimónios do mar” é uma exposição preparatória do futuro Museu da Cidade que envolveu especialistas de várias formações científicas (geógrafos, arqueólogos, historiadores de arte e urbanismo, sociólogos, arquitectos, maquetistas, cineastas…) e, também, muitos testemunhos de gente ligada ao mar.

Outubro: Feiras Tradicionais Algarvias

II Feira da Perdiz em Martim Longo

Data: de 2008-10-25 a 2008-10-26
Martim Longo
Municipio de Alcoutim

Aproxima-se a Feira da Perdiz em Martim Longo. a segunda edição da Feira da Perdiz decorrerá no fim de semana de 25 e 26 de Outubro, das 10.00h às 24.00h no Pavilhão Desportivo de Martim Longo.

No certame, organizado pela Câmara Municipal de Alcoutim, conta com grande variedade de artigos ligados à caça, venda de produtos de artesanato e gastronomia ragionais, música com acordeonistas e várias actividades desportivas, como o rappel, escalada, slide, tiro com arco e tiro virtual. O programa da feira integra ainda a colecção de aguarelas da autoria do pintor Carlos Luz.

A feira da perdiz é uma iniciativa que promove e divulga uma das melhores e maiores potencialidades da serra algarvia, a caça.

Programa Feira da Perdiz

sábado, outubro 04, 2008

...O que me vai na Alma...

Arrependo-me muitas vezes de ter falado, nunca de me ter calado.





Quem tem coragem para enfrentar os perigos vence-os antes que eles o ameacem.



Uma boa causa não teme nenhum juiz.


Públio Siro
Roma Antiga, [-85--43], Poeta





O homem livre é aquele que não receia ir até ao fim da sua razão.

Jules Renard
França
[1864-1910]
Novelista/Dramaturgo





Só é digno da liberdade, como da vida, aquele que se empenha em conquistá-la.

Johann Wolfgang von Goethe
Alemanha
[1749-1832]
Escritor, Cientista, Mestre de Poesia, Drama e Novela





A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida.

Miguel de Cervantes Saavedra
Espanha
[1547-1616]
Escritor

domingo, setembro 28, 2008

14!

Alcoutim tem a taxa de natalidade mais baixa do Continente

Alcoutim: onde estão as crianças?
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Em Portugal os bebés são cada vez menos, a avaliar por um estudo do INE. No Continente, Alcoutim bateu todos os recordes: só cinco nascimentos em 2007.

Na hora da saída, no infantário “A Joaninha”, a confusão é geral. Parece até que são muitos, os 23 catraios que compõem o único infantário de Alcoutim, mas se pensarmos que são apenas 23, entre os zero e os cinco anos, numa população de 3500 habitantes, rapidamente se percebe que alguma coisa não está bem.

“Em Vila Real de Santo António há sempre listas de espera enormes, mas aqui no infantário há sempre vagas”, diz Sónia Marques, responsável pelo “A Joaninha”.

“Temos vantagens, trabalhando com menos crianças, mas para o futuro é grave!”, reconhece.

A desertificação do município não é um dado novo, mas segundo as estatísticas demográficas mais recentes do INE, a situação atinge contornos deveras preocupantes: em 2007, Alcoutim foi o concelho com menos nascimentos, em Portugal Continental, apenas cinco ao todo, e só superado pela Ilha do Corvo, Açores, onde nasceram três bebés. Só que o Corvo tem apenas 300 habitantes, contra os mais de 3 mil de Alcoutim.

“Aqui, a partir das 5 da tarde, já não há nada”, diz Nídia Simão, mãe de uma das poucas crianças recém-nascidas no município (Luciana nasceu em Faro, mas foi registada em Alcoutim). Nídia, 22 anos, trabalha na Estalagem, que pertence a um grande grupo hoteleiro, mas conta “zarpar” para Albufeira dentro de dois ou três anos, fruto da estagnação que se vive por estas bandas. “Comprar roupa, sapatos ou ir ao cabeleireiro é sempre fora. E discotecas, só em Vila Real de Santo António!”, reclama. De resto, emprego também não é algo que abunde por aqui: “Se uma pessoa se quiser empregar, ou vai para a Câmara, ou para os Bombeiros, ou para o Lar de Idosos, ou então na Escola, mas já está tudo cheio”, afirma. Nídia até nem se importava de ajudar a melhorar as estatísticas, mas a vida – diz – não está para isso. “A ganhar 600 euros, se comprarmos uma casa que aqui custa perto de 100 mil, ficamos a pagar ao banco perto de 500 ou 600! Então como é que dá?”, questiona.

Francisco Amaral, presidente de Alcoutim, percebe bem as razões dos jovens, e explica porquê: “A principal causa da desertificação foi a Reserva Ecológica que nos impingiram. A partir da última casa é reserva e as pessoas não podem fazer nada”, critica. Uma simples janela, aumentar uma divisão, construir uma casa para os filhos, nada é simples em Alcoutim devido às restrições ambientais impostas pelo Estado português, o mesmo que assiste, impávido e sereno, à extinção da população neste local remoto do Algarve. A autarquia esforça-se por inverter o ciclo, mas Amaral reconhece que não é tarefa fácil: vendem lotes habitacionais a um preço simbólico, apoiam na compra dos livros (70 euros por aluno), fomentam actividades lúdicas e culturais para os mais novos (futebol, dança, canoagem e música). “Temos campeões nacionais de canoagem, agora, e isso é resultado de um investimento que está a dar frutos”, diz Amaral.

Na terra, ainda há quem resista

O sítio chama-se Zorrinho, Zorrinho de Cima, mas nem o Zorro com o seu espadachim conseguiria por esta altura travar o abandono das terras e das gentes. “Isto está complicado. Então com 30 euros por uma saca de guano (estrume), como é que dá para semear?”, questiona Francisco Luís, 83 anos, nascido e criado por estas paragens.

“Já tenho 83 anos e criei-me aqui, porque é que eles não se hão-de criar?”, pergunta, enquanto dá ração às cabras. O rebanho tem mais de 150, e constitui uma das formas de sustento da família, do filho, do neto e do bisneto Gabriel, de 16 meses, mais um dos “recém-nascidos” a tentar contrariar as estatísticas. Tânia, a mãe, trabalha numa padaria – uma das principais indústrias do concelho - a três quilómetros de casa. “Gosto do que faço. Se calhar com a minha formação, podia procurar emprego noutro lado, ganharia ligeiramente melhor, mas com o preço da gasolina e de um infantário ficaria com menos dinheiro”, reconhece Tânia, aos 27 anos, orgulhosa por não abandonar a terra que a viu nascer. Dado curioso, a mãe – a avó Maria – teve nada mais nada menos que oito filhos. No sítio do Pessegueiro, Maria de Jesus é a excepção que confirma a regra, mas hoje, a cuidar dos netos, não deseja a mesma sorte à filha. “Eu sei o trabalho que deram, se eles vierem terá de os aguentar, mas não quero para ela o mesmo que eu tive”, conclui.

Natureza e Desporto!

Pedalar à descoberta dos trilhos da Serra do Caldeirão

Ruben Faria na lista de participantes do Passeio de BTT da Cortelha


Marcado para o feriado de 5 de Outubro, o Passeio de BTT da Cortelha propõe um passeio de descoberta, com níveis diferentes de dificuldade, pelos trilhos da Serra do Caldeirão.

A iniciativa da Associação dos Amigos da Cortelha apresenta um percurso desenhado para toda a família, onde “o convívio e o contacto com a natureza são argumentos de peso para passar uma manhã de domingo diferente”.

Depois do sucesso de anos anteriores, com o recorde de participantes a ser consecutivamente batido, este ano o percurso foi escolhido a pensar em toda a família, desde os mais velhos até aos mais jovens.

O ponto de partida será na aldeia da Cortelha, num passeio que se estende pelas freguesias de Salir, Ameixial, Almodôvar e Cachopo, com três percursos de dificuldades diferentes: 15 km, 45 km e 80 km.

Um dos convidados especiais é o vencedor da classe de motos do recente Pax Rally de Portugal, inserido na Dakar Séries, Ruben Faria, que habitualmente percorre os trilhos do interior algarvio na sua Honda CRF 450.

O passeio vai contar com alguns nomes sonantes do BTT nacional, nomeadamente o vice-campeão nacional de BTT, Marcelino Gonçalves, e a vencedora da prova da Taça de Portugal de BTT, Celina Carpinteiro, ambos do BTT Terra de Loulé.

As inscrições terminam já na quarta-feira, dia 1 de Outubro. Mais informações em www.amigosdacortelha.pt

É PERIGOSO ESTAR CERTO QUANDO O GOVERNO ESTA ERRADO!


No dia 3 de Outubro, Sexta-Feira, pelas 10h da manhã, tem lugar no Tribunal do Santo Ofício, em Monsanto, a leitura da sentença dos 36 arguidos acusados em co-autoria de "discriminação racial" e outros crimes sem qualquer conexão com aquele.

Será o culminar, na primeira instância, de um mega-julgamento histórico que durou cerca de seis meses, tendo começado no dia 9 de Abril de 2008. Apesar de todos os contratempos, mais nenhum dos chamados mega-processos teve um julgamento tão rápido no nosso país. O caso Casa Pia, com menos arguidos que este, dura há 4 anos, e com tendência para demorar.

Procurou-se, neste processo, desferir um golpe anti-democrático contra aqueles que, desde 2004, estiveram na linha da frente na organização de manifestações, eventos, conferências, etc., e que deram tudo para mostrar aos portugueses que um outro país é possível.

Independentemente do desfecho deste processo, ficou por demais demonstrado que, em Portugal, é perigoso estar certo quando o Governo está errado! Apesar disso, os nacionalistas não vão desmobilizar, aconteça o que acontecer, e continuarão a oposição política à máfia que se instalou no poder neste país.


Fazemos assim um apelo para que todos os nacionalistas, e todas as pessoas que lutam pela Justiça e Liberdade, compareçam no Tribunal de Monsanto no dia 3 de Outubro, a partir das 10h, para assistir à leitura da sentença deste processo e demonstrar efectivamente que estão do lado de quem procura, e diz, a verdade!



Mais informações: http://www.forumnacional.net & http://prisoesdeabril.blogspot.com

quarta-feira, setembro 24, 2008

Festas Populares por Terras Algarvias

Festejar hoje as tradições de outrora...


Provenientes de ancestrais tradições, as festas populares do Algarve trazem até aos dias de hoje memórias de vivências passadas, ao mesmo tempo que continuam a animar as gentes.

Os festejos do Carnaval são os primeiros do calendário e decorrem em várias localidades algarvias. Para além dos tradicionais carros alegóricos, fazem parte da festa carnavalesca desfiles de cabeçudos, bandas, bailes, muita música e animação.

No primeiro dia de Maio, é tradição “atacar o Maio”, provando os primeiros figos secos, passeando pelo campo e comendo caracóis e outros petiscos.

No dia seguinte, realiza-se a Festa da Pinha, em Estoi. No passado, os almocreves de Estoi faziam o transporte de mercadorias do Algarve para o Norte, através das serras onde estavam sujeitos a acidentes e assaltos. Ao regressarem sãos e salvos, agradeciam à Senhora do Pé da Cruz a sua intervenção benfazeja. É esta tradição que ainda hoje se mantém na Festa da Pinha.

Seguindo a tradição da espiga, Salir, aldeia serrana do concelho de Loulé, fez da mesma uma grande festa, que há trinta anos se repete, atraindo nesse dia muitos visitantes para ver desfilar um rico cortejo etnográfico e experimentar os produtos agrícolas e artesanais da terra. Nesta festa, que se realiza sempre na Quinta-Feira de Ascensão, não falta a animação com grupos de cantares e ranchos folclóricos.

Junho é o mês dos Santos Populares – Santo António, São João e São Pedro - festejados em todo o país e também por todo o Algarve, respectivamente nos dias 13, 24 e 29. Nestas datas as noites são de arraial, música, vinho e sardinha assada, sendo de destacar as festas de Quarteira.

O mês de Agosto é marcado pela Festa do Banho 29, em Lagos. O banho começou por ser uma espécie de “deslocação ritual” de fim de Verão, em que os “serrenhos” desciam até ao litoral com mantas e farnel para passar aquela noite nos areais e tomar um banho “que valia por 29”.

Em Setembro, decorre em Albufeira a Festa do Pescador. Entre os jogos tradicionais do princípio do século e inúmeras diversões bem actuais, Albufeira presta, assim, uma homenagem aos homens que andam na faina.

Este é também o mês das Festas Tradicionais de Alcoutim, cujo programa de animação abrange desporto, jogos tradicionais da região, música e divertimento. Com cerca de cem anos, estas festas são conhecidas pela sua força e vitalidade e também por durarem pela noite dentro.



Video - Cultura e Tradição



Um modo muito próprio de fazer, de sentir e de festejar...

sábado, agosto 30, 2008

Touradas - SIM ou NÃO?



O que está primeiro - a Tradição ou os Direitos dos Animais?




Tourada:

http://www.tauromania.pt/

http://www.toiroscorda.com/

http://www.cl.pt/

http://www.tourobravo.com/




Direitos dos Animais:

http://www.lpda.pt/legislacao/proteccao_animais.htm

http://www.animal.org.pt/

http://www.pelosanimais.org.pt/recursos/multimedia/free_me

quinta-feira, agosto 28, 2008

Abrindo o Livro...

Apontamentos sobre o Século Vinte Algarvio (XIV)


Já referimos que foi Júdice Fialho o primeiro armador a utilizar o cerco de pesca a vapor, também designado “galeão”, que a sua primeira unidade daquele tipo se chamou “Portugal I” e que apareceu em 1899.

Os galeões eram barcos de grandes dimensões, com um cano muito alto, com tripulação numerosa e manobra difícil.

Quando o “cerco” tinha peixe apitava de forma que se ouvia bem da costa, o que fazia acorrer ao galeão uma série de barcas a remo e à vela, designadas os “buques”, que se encarregavam do transporte do peixe para terra enquanto o galeão continuava na faina. Muitas vezes os buques eram rebocados pelo próprio galeão.

Com o desenvolvimento da pesca e da indústria de conservas (de que chegaram a existir quatrocentas fábricas no País) sobreveio uma escassez de pescado4, deixando de ser compensador o uso dos cercos a vapor, que, só no Algarve, chegaram a ser 37 (13 em Vila Real de Santo António, 12 em Portimão, 9 em Olhão, 2 em Faro e 1 em Tavira).

Os barcos e as redes passaram a ser menores e consequentemente os gastos de produção (mão de obra incluída) diminuíram.

Os galeões cederam o lugar às traineiras, cujas despesas eram cerca de metade das que tinham que fazer-se com os cercos a vapor.

Os barcos de apoio às traineiras passaram a ser as enviadas, motorizadas e mais funcionais económicas no transporte do peixe para terra.

Ainda que sejamos necessariamente sumários, não queremos deixar de assinalar que Júdice Fialho se dedicou também à pesca do bacalhau, actividade a que dedicou cinco veleiros, todos eles designados Algarve (de I a V), e que o peixe capturado na Terra Nova alimentava as secas de Portimão, Olhão e Faro, como referem os jornais regionais dos anos vinte do século passado, sobretudo o semanário “O Algarve”, que se publicava em Faro, cidade perto da qual possuía uma propriedade rural (os Salgados, na zona do Rio Seco).

Entrou também no ramo das armações de sardinha e de atum, sector que vinha manifestando desagrado pela concorrência dos galeões, que rapidamente abasteciam o mercado.

No sector das armações foi importante a sua participação numa série de unidades – Bias, Torre da Barra, Torre Alta, Pedras Negras, Salema, Atalaia, Novas Ferrarias, Josefina, Cajados e Zavial – como referem vários autores algarvios, designadamente o Prof.Luís Filipe Rosa Santos

4 – NUNES, Joaquim António –em “Estudos Algarvios” – PORTIMÃO, Casa do Algarve, Lisboa, 1956, pp74/75;
5- ROSA SANTOS, Prof. Luís Filipe - A Pesca do atum no Algarve, Faro, 1989, pp 48/52







APONTAMENTOS SOBRE O SÉCULO VINTE ALGARVIO (XV)


Temos estado a falar da indústria conserveira e da pesca e, como nos referimos ao séc. XX, destacamos o papel que no sector, e não só, jogou o maior empresário algarvio daqueles tempos – Júdice Fialho – que mesmo então não foi o pioneiro, papel que coube, como sabemos, a um grupo de industriais estrangeiros que no final do séc. XIX começaram a convergir no Algarve, atraídos pela abundância de peixe que escasseava nas suas regiões.

Entre eles contavam-se os Delory, da Bretanha, que por 1880 se instalaram em Lagos e Olhão, os Parodi, Tenório e Ramirez, que se radicaram em Vila Real de Santo António, e Feu-Hermanos, industriais na Andaluzia, nomeadamente em Ayamonte, que vieram a possuir excelentes unidades fabris em Vila Real de Santo António, Olhão, Portimão, Porto Brandão e Setúbal.

Estas actividades, que pelo menos no que às conservas por escabeche e por salga se refere, são mencionadas por Baptista Lopes , são antiquíssimas na nossa região.

Por exemplo, os muçulmanos, povo que por cá esteve mais de quinhentos anos, foi muito activo na pesca do atum, sobretudo através das almadravas, nome que então designava as nossas armações. Foram eles, aliás, que nos legaram termos ligados à pesca, como as redes tarrafa e xareta, ou os peixes xaputa, atum e alfaquim, para além da conhecida alforreca.








APONTAMENTOS SOBRE O SÉCULO VINTE ALGARVIO (XVII)

A vida politicado início do século foi muito confusa, com grandes divisões parlamentares o que só viabilizava governos de coligação.

Assim, ao Parlamento de 1906 (70 franquistas, 43 progressistas, 30 regeneradores e 4 republicanos), sucedeu outro, eleito em 1908 (63 regeneradores, 59 progressistas, 15 independentes (afectos a Ferreira do Amaral), 7 dissidentes, 7 republicanos, 3 franquistas e 1 nacionalista 1.

Até final da Monarquia Portugal conheceu seis Governos: um em 1908 (Ferreira do Amaral), três em 1909 (Campos Henriques, Sebastião Teles e Wenceslau de Lima) e dois em 1910 (Veiga Beirão e Teixeira de Sousa).

Foram tudo Governos de curta duração como, por exemplo, o do nosso conterrâneo Sebastião Custódio de Sousa Teles, que esteve em funções de 11 de Abril a 14 de Maio de 1909.

A dança de ministérios não podia deixar de influenciar a vida no Algarve, como é natural num tempo em que havia escândalos bancários, como o do Crédito Predial (um desfalque de mais de mil contos) que fez cair o governo progressista de Veiga Beirão (nesse tempo os escândalos bancários podiam marcar irreversivelmente a vida dos Governos). A Veiga Beirão, que caiu em 26 de Junho de 1910, sucedeu Teixeira de Sousa (regenerador), que beneficiou da dissolução das Câmaras.

O Banco de Portugal não interveio para evitar a falência que arrastou as figuras mais gradas dos progressistas e o próprio Veiga Beirão, tornando inevitável que Teixeira de Sousa fosse encarregado de formar Governo.

No Algarve a preparação das eleições legislativas coincidiu com a mudança de governador civil - em 1 de Julho Lopes dos Reis cedeu o lugar ao deputado regenerador Teixeira d’ Azevedo.

Para as eleições de 28 de Agosto 1910 candidataram-se os regeneradores, um bloco de oposição (progressistas, regeneradores henriquistas e franquistas) e os republicanos e os caciques do bloco aconselharam os correligionários a cortar os nomes dos candidatos de outros partidos mesmo que integrantes da mesma lista.

Os resultados eleitorais ficaram assim distribuídos: - Bloquistas…34 660 votos, Regeneradores… 33 422 e Republicanos… 11 611, mas como para o Parlamento iam os seis individualmente a representação local acabou por incluir os regeneradores Ortigão Peres, José Roquette, Francisco de Bivar e Agostinho Lúcio e os bloquistas Manuel Soares e Frederico Ramires.

Os republicanos não elegeram deputados mas eram muito elogiados pela “...sua intransigência a conluios e chapeladas” 2.

Entretanto eram denunciadas as chapeladas dos bloquistas de Monchique, que, feitos com os governamentais, fizeram entrar na urna 1 044 listas quando só tinham votado 500 eleitores.

Os bloquistas ganharam em Faro, Albufeira, Lagoa, Monchique, Olhão, Silves e Vila do Bispo, enquanto os republicanos venceram os regeneradores em Olhão e os bloquistas em Portimão, averbando boas marcas em Faro, Lagos, Olhão, Silves e Tavira.

Os deputados eleitos em 28 de Agosto de 1910 não chegaram ao Parlamento pois o Rei, face às muitas irregularidades que entravaram o funcionamento do Tribunal de Verificação de Poderes, adiou a abertura solene das Cortes.

E durante esse adiamento o antigo regime foi apeado pela Revolução de 5 de Outubro...

1 - VILLAVERDE CABRAL, Manuel - “Portugal na Alvorada do Século XX”, Lisboa, A Regra do Jogo, 1979, p. 252;
2 - “O Algarve, Faro, 4.Setembro.1910







Apontamentos sobre o Século Vinte Algarvio (XVIII)


O único candidato das últimas eleições da monarquia a aproveitar alguma coisa com aquela pugna eleitoral foi o republicano Zacarias José Guerreiro, de Tavira, que foi nomeado Governador Civil.

As eleições tiveram lugar em Agosto de 1910 mas o Rei, face às muitas aldrabices detectadas, deliberou adiar a abertura solene das Cortes, acto que se tornou desnecessário porque entretanto deu-se a Revolução do 5 de Outubro e, nestes termos, a monarquia foi-se… Um dos primeiros actos de Zacarias Guerreiro foi a escolha do Bernardo Passos para administrador do concelho de Faro, cargo que o ilustre homem de letras ocupou até à morte.

Empossado pelo Conde do Cabo de Santa Maria, que desempenhava as funções de Presidente da Câmara de Faro, o poeta são-brasense foi, por seu turno, empossante da edilidade nomeada por Zacarias Guerreiro.

Esta nova vereação era muito curiosa. Constituíam-na uma série de personalidades que já tinham pertencido a vereações monárquicas, inclusive o dr. José Emygdio da Conceição Flores, presidente do município em 1902-1903 que voltou a ser eleito para o mesmo cargo da primeira edilidade republicana.

Esta mudança de campo político das pessoas mais destacadas da época parece ter sido uma coisa natural e que, aliás, tem feito escola.

Acompanhando o activo virar de casacas que então se verificou também algumas das principais artérias citadinas mudaram de patrono - D. Carlos I, D. Amélia, Hintze Ribeiro e José Luciano foram substituídos na topografia citadina por nomes mais “adequados” - Cândido dos Reis, República, 5 de Outubro e Miguel Bombarda.

Coincidindo com as furiosas mudanças de placas, também muitos conhecidos políticos locais viraram as casacas, embora muitos outros deixassem a actividade política porque se dissolveram, em Lisboa, os seus respectivos partidos, nomeadamente o regenerador, de Teixeira de Sousa, regenerador-liberal, de Vasconcelos Porto, e progressista, de Luciano de Castro. Foram exemplos disso o comendador Ferreira Neto, Manuel Martins Caiado, Francisco de Paula Mendonça e o Dr. Alexandre Pereira d’ Assis…

Não deixa de ser engraçado que no mesmo século assistamos a várias mudanças de placas...

Reatemos agora com as eleições para a Constituinte (28 de Maio de 1911), o que vínhamos referindo sobre actos eleitorais no princípio do século.

As eleições em apreço decorreram já sob a égide da Lei Eleitoral de 1911, que, para além de ter abolido a base censitária das anteriores, foi pouco inovadora, concedendo o direito de voto aos cidadãos maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou que fossem que chefes de família há mais de um ano. Os círculos eleitorais passaram a ser 65 (incluindo colónias), cabendo dois ao Algarve - Faro (círc. 46) e Silves (círc. 47).

Entre os candidatos destacavam-se o capitão-tenente Mendes Cabeçadas e o Eng. António Maria da Silva, que tinham sido protagonistas da implantação da República, movimento em que o primeiro comandara o cruzador S. Rafael, onde fora pela primeira vez hasteada a bandeira republicana, e em que o segundo participara activamente, como figura importante da Carbonária e da Junta Revolucionária.

A candidatura destes dois políticos tinha sido proposta pelo Dr. Marreiros Neto, no decorrer duma sessão pública em que os louletanos homenagearam o seu conterrâneo e proclamaram António Maria da Silva como louletano adoptivo, acto que o sensibilizaram bastante. O Eng. António Maria da Silva recordaria com saudade essa campanha eleitoral, em que praticamente só se apresentaram candidatos do PRP e em que foram eleitos pelo círculo de Silves o capitão-tenente Mendes Cabeçadas, o Eng. António Maria da Silva, o major Alberto da Silveira e o Dr. José Maria de Pádua e pelo de Faro o capitão-tenente Stockler, o capitão Tomás Cabreira e os Drs. Estêvão de Vasconcelos e Celorico Gil 1.

Os candidatos tinham sido oficialmente designados numa reunião das comissões de toda a Província, numa série de comícios políticos em Messines, Silves, Portimão, Alcoutim, Faro, Santa Bárbara de Nexe...

Como nota curiosa (curiosa para nós, hoje) respigamos de uma local que um comício realizado no dia 26 de Maio, no Teatro Circo, em Faro, terminou com todo o público de pé a escutar a Marselhesa, executada ao piano pelo maestro daquela casa de espectáculos.

1 - SILVA, António Maria - O Meu Depoimento,

Pub. Europa-América, Lisboa, 1981, p.33.









APONTAMENTOS SOBRE O SÉCULO VINTE ALGARVIO (XX)

O séc. XX português apresenta alguns casos de que pouco se tem falado, como, por exemplo, combates que, com conhecimento do Governo Português da época, tiveram lugar no espaço aéreo nacional entre forças da Alemanha nazi e dos aliados, designadamente do Reino Unido.

Se nos ativermos apenas ao período da II Guerra Mundial (1939/1945), em que no espaço ibérico se passavam algumas situações dissonantes, com a Espanha a sair da Guerra Civil, em que as tropas “nacionalistas” de Franco receberam aberta colaboração da Alemanha de Hitler e da Itália de Mussolini, enquanto Portugal se apresentava como neutral (neutralidade de difícil compreensão).

O fenómeno da nossa neutralidade é muito discutível, pois Portugal manteve comércio com as duas partes em conflito durante a maior parte da sua duração, mas tal facto não era abertamente ventilado junto da nossa opinião pública mercê da forte censura à imprensa que o regime salazarista tinha em vigor.

De tal forma os assuntos eram censurados e tratados confidencialmente que só muitos anos após a queda do regime começaram a ser objecto de pesquisa, estudo e publicação e a servir inclusivamente de tema para trabalhos académicos de mérito.

As nossas águas territoriais e o nosso espaço aéreo eram escandalosamente devassados e foram palco de combates a que, como é óbvio, só nos referiremos quando tiveram por cenário o Algarve, em cujos céus era frequente ver formações de aviões extraordinariamente grandes para ser de excluir a hipótese de que fossem aparelhos nacionais, outro tanto acontecendo com as armadas que a olho nu se viam circular nas nossas costas. O movimento das esquadras britânicas intensificou-se após a derrota de Rommel no Norte de Africa, o que deixava mais vulneráveis as costas italianas e muito mais fácil a circulação no Mediterrâneo, espaço cujo acesso estava nas mãos dos britânicos que dominavam Gibraltar e o respectivo Estreito.

É sobre a circulação nas nossas costas e a alguns combates que nelas tiveram lugar e que ainda hoje estão documentadas pelas campas de soldados alemães no cemitério de Aljezur.

* Lic. em Sociologia








APONTAMENTOS SOBRE O SÉCULO VINTE ALGARVIO (XXI)


Dentro do esquema de ataques que as forças beligerantes (Alemanha e Aliados) vinham desenvolvendo em terra e mar portugueses, em completo desrespeito pelo nosso apregoado estatuto de neutralidade, no dia 9 de Julho de 1943 um comboio de 25 navios da armada britânica foi interceptado por uma esquadrilha alemã de quatro aviões Focke-Wulf.

A esquadra inglesa deslocava-se ao longo da chamada Costa Vicentina, dentro das nossas águas territoriais, e foi atacada entre Sines e o Cabo de São Vicente e obteve como resposta o ataque dos Spitfires ingleses que escoltavam os navios, acabando por atingir por baixo um dos aparelhos da aviação nazi que explodiu no ar, despenhando-se numa falésia próxima da ponta da Atalaia, perto de Aljezur.

Veio a verificar-se depois que a tripulação da aeronave alemã era constituída por sete militares – o tenente Gunther Nicolaus (comandante), os sargentos Hans Weigert, Walter Beck, Martin Angerman, Johann Bauer e Werner Riecke e o cabo Ernst Herppich, todos jovens entre os 22 e os 26 anos (1) de idade, cujos restos mortais repousam no cemitério a vila sotaventina.

O que veio depois a saber-se é que os alemães tinham um espião colocado no Cabo de S. Vicente – o primeiro-sargento de máquinas Garcia Regêncio.

Aquele militar dispunha de um rádio clandestino através do qual informava a legação alemã em Lisboa logo que os navios aliados dobravam o Cabo, o que permitia aos diplomatas alemães com uma sua base no Sul da França de onde saíam imediatamente os aviões CONDOR como os que em Julho de 1943 participaram no combate que ficaria conhecido por “Batalha de Aljezur”.

(1) - WILHELM, Doutor Axel – “Soldados Alemães Sepultados em Aljezur”, em Espaço Cultural, nº. 5, C.M. de Aljezur, 1990;