segunda-feira, junho 08, 2009

O Conceito de Paganismo

Paganismo

Paganismo e pagão têm a sua origem na palavra latina paganus que significa pessoa que habita no campo. Esta designação é um referência ao período em que os cultos urbanos do Império Romano estavam a ser convertidos para a nova religião enquanto os habitantes rurais continuavam a praticar os velhos caminhos. O exército de Roma utilizava este termo para designar os camponeses. Este vocábulo foi utilizado pelos primeiros cristãos romanos dos centros urbanos de Roma para designar as religiões rurais de uma forma pejorativa. Ao longo dos séculos a palavra "pagão" tornou-se num insulto aplicado aos seguidores do islamismo pelos cristãos e vice-versa, e, pelos protestantes e cristãos para designarem como "seguidores da falsa religião". No início do séc. XX obteve um significado ligado aos ateístas, agnósticos, hedonistas, etc.

Actualmente a palavra tem um significado completamente diferente, o Paganismo é um termo geral para as religiões politeístas ou panteístas sejam antigas ou novas e pagão é o adjectivo para aqueles que praticam o Paganismo.

Paganismo tem diversos prefixos para denominações ou abordagens específicas :

Paleo-paganismo é um termo para designar as religiões e fés originalmente politeístas, centradas na natureza de povos tribais da Europa, África, Ásia, América e Oceânia quando eram ou em alguns casos são praticadas como sistemas de crenças intactos. Trata-se do "pai" ou "mãe" do paganismo e dentro desta categoria temos as "Grandes Religiões do Mundo", os aborígenes australianos, o druidismo, as religiões pré-patriacais da antiga Europa, a religião nórdica, religiões nativo-americanas pré-colombianas, etc.

Meso-paganismo é um termo para um diversidade de movimentos, organizados ou não, que começaram como tentativas de recriar, reviver ou continuar o que se achava ser o melhor aspecto dos caminhos paleo-pagãos do seus ancestrais, mas foram bastante influenciados de forma acidental, deliberada e/ ou involuntária pelos conceitos de práticas provindas do monoteísmo, dualismo ou ateísmo dos mundos visionários do Zoroatrismo, Judaísmo, Cristianismo, Islamismo e Budismo recente. Algumas formas de meso-paganismo existentes são: algumas crenças nativo-americanas, Santeria, Vodu, Candomblé,...

Neo-paganismo é um termo para uma variedade de movimentos tanto organizados ou não que se iniciaram na década de 60 apesar das suas raízes literárias terem origem a meados do séc. XIX. É uma tentativa, para recriar, reviver ou continuar o que os seus funadadores achavam ser a melhor forma de praticar os caminhos paleo-pagãos dos seus ancestrais combinados com ideais humanistas e pluralistas modernos enquanto isso lutam e esforçam-se para eliminar o mais possível o monoteísmo e puritanismo tradicional do Ocidente. A essência das crenças neo-pagãs incluem uma multiplicidade de divindades de todos os géneros sexuais, uma percepção destas divindades como sendo tanto imanente quanto transcendente, um compromisso com as causas ecológicas e uma disposição para executar rituais mágicos, assim como espirituais, para ajudar a si mesmo e aos seus semelhantes. Exemplos de crenças neo-pagãs são a "Church of All Worlds", grande parte das tradições wiccanas heterodoxas, algumas tradições recentes do Druidismo e Nórdicas.

Estes três termos não delineiam categorias bem definidas. Historicamente, frequentemente há um período, décadas ou séculos, em que o Paleo-paganismo se mistura ao Meso-paganismo, ou o Meso-paganismo se mistura ao Neo-paganismo. Além disso, os fundadores e membros de grupos meso-pagãos e neo-pagãos frequentemente preferem acreditar (ou pelo menos o declaram) que eles genuinamente paleo-pagãos em crenças e práticas. Este "mito da continuidade" é vantajoso para os costumes da maioria dos criadores e membros de novas religiões por toda a existência humana e não deveria ser levados muito à sério.


In Brumas da Lusitânia

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