domingo, junho 21, 2009

SOLSTÍCIO DE VERÃO 2009

SOLSTÍCIO DO VERÃO 2009 NA PEDRA DO SOL- LUGAR DOS TAMBORES, EM CHÃS - O “STONEHENGE PORTUGUÊS”.




























CELEBRAÇÃO DO DIA MAIOR DO ANO - 21 DE JUNHO 2009 - ÁS 20.45 - AO PÔR-DO-SOL
















O início da estação estival é assinalado, no próximo Domingo, dia 21, num antigo altar de pedra localizado numa zona castreja em Chãs, concelho de Foz Côa, com a já tradicional cerimónia mística, que anualmente ali costuma ser levada a cabo.

As cerimónias evocativas do Solstício de Verão estão agendadas para as 19horas, com o desfile de um cortejo alegórico que partirá, do adro da aldeia, até ao local das celebrações, ao som de um grupo de gaiteiras de Miranda – As Trailarailas. E a presença de várias personagens, em representação dos antigos sacerdotes druidas, que envergarão as suas túnicas brancas, transportando consigo grinaldas de flores, a sua vara de condão, e, aos ombros, os cordeiros para o ritual das oferendas e dos sacrifícios, em louvor e acção de graças ao deuses protectores em que acreditavam e recorriam.

A Pedra do Solstício, que se supõe ter sido local de culto e posto de observação astronómico, em tempos recuados, tem a forma arredondada. Fica a curta distância de outro templo solar, o Santuário da Pedra da Cabeleira, onde são celebrados os Equinócios. Ergue-se na vertente de uma vasta depressão rochosa, sobranceira a um fértil vale que desemboca na Ribeira dos Piscos, em cujo curso se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.

O acto evocativo culminará, no mesmo local, com a exibição de sons celtas, a leitura de poemas, cânticos e louvores às forças da Natureza. Ao mesmo tempo que, entre a distante cordilheira da outra margem, o nostálgico globo se despede, como que em perfeita harmonia com os últimos raios que vão tingindo de ouro o arco superior da majestosa e antiquíssima réplica terrestre.
















Esta é também a hora sublime em que astro solar atinge o auge do seu poder e da sua maior aparente curvatura no Hemisfério Norte. Em que a natureza se expande em toda a sua alegria e esplendor. É também mais um ciclo que se fecha - o da vida na sua suprema pujança e vitalidade - A partir de agora – e até ao solstício do Inverno – os dias vão minguando, as noites vão sendo mais longas, até ao dia 21 de Dezembro, como se até lá a vida fosse morrendo para renascer de novo por entre os gélidos e cinzentos dias de Inverno. E, porventura, assim o terão entendido os antigos povos, que aqui viveram, na sua íntima ligação com o meio e o cosmos. Cujas tradições e património, ali se deseja relembrar e recuperar, não só junto das populações locais, como de todos aqueles que queiram dar-nos o seu testemunho e o seu contributo cientifico – sobre o estudo e pesquisa do passado longínquo desta região, plena de misticismo e de uma herança histórica riquíssima.















































ALINHAMENTO SAGRADO COM O PÔR-DO-SOL NO SOLSTÍCIO DE VERÃO

Esta extraordinária imagem, configurando uma gigantesca esfera terrestre ou a esplendorosa configuração de um enorme globo solar, fica na vertente de uma antigo castro – o ponto mais alto deste vasto maciço rochoso. Foi registada, pela primeira vez, às 20.45 horas do dia 21 de Junho de 2003. Todos os anos, por esta altura, o sol, ao pousar no horizonte, projecta os seus raios em perfeito alinhamento com a sua crista e o centro do círculo votivo, situado no enfiamento a uns metros a oriente. Assinalando a entrada do Verão e proporcionado um verdadeiro posto de observação astronómico.

A partir desta data, o grande Leão dos Céus, no seu movimento aparente, inicia a sua declinação para o Hemisfério Sul – E, desde o ponto, que a imagem assinala, até ao pôr-do-sol no Solstício do Inverno, distam vários quilómetros: - Não parece crível que seja obra do acaso. Mas essa é um questão que preferimos deixar ao critério de cada pessoa que nos dá o prazer da sua visita.

Para se assistir ao alinhamento é necessário estar ao nível da referida pedra e no enfiamento do seu eixo. Os povos da pré-história (que souberam aproveitar-se da fertilidade do vale, dos abrigos e da segurança desta verdadeira muralha natural) não dispunham dos recursos que hoje temos, pelo que apenas a terão colocado, retocado e direccionado na posição em que a sua esfericidade deveria ser observada.

Feita a observação noutro ângulo, deforma-se, chegando mesmo a parecer um estranho busto – Porventura, configurando, sabe-se lá, senão um outro simbolismo ou interpretação, ainda não decifrada. – No lado oposto, e muito próximo da crista, existe uma inscultura simbolizando o sol. O mesmo se passa na Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, apontada ao Equinócio, tendo, na sua face voltada a ponte, um símbolo solar.

Os homens da pedra lascada, dispunham apenas de rudimentares utensílios de sílex, daí, talvez, a razão pela qual empregassem apenas a sua primitiva ferramenta para dar as formas naquilo que lhes era estritamente indispensável ou necessário. Mas, por outro lado, chegam-nos até hoje testemunhos de que eram possuidores de conhecimentos e de técnicas que lhes permitiam arrastar ou erguer estruturas pesadíssimas.

Este fenómeno solar não é único. Muitos desses blocos ( tais como, menires, estelas, dólmenes, recintos megalíticos), fazem parte de uma antiga herança do passado e, de facto, muitos deles, devido à posição que tomam, são geralmente conhecidos por alinhamentos sagrados, visto estarem em perfeito alinhamento com o sol, a lua ou outros corpos celestes.

A sua origem está ainda envolta nalgum mistério e nalgumas sombras, tal como, de resto, toda a Pré-História. Presume-se, porém, que tenham sido erguidos por antigas civilizações pré-célticas e, também, sabiamente aproveitados por estas culturas que, compreendendo o poder e o significado que representavam, os utilizaram e cultuaram nos seus rituais e festividades, ligadas aos ciclos das estações.

Existem em várias partes do mundo, cada um com as suas especificidades. Porém, uma parte desses monólitos foram destruídos, perderam-se ou caíram no esquecimento

















Do programa consta ainda a romagem à “Pedra Fernando Assis Pacheco”, com a deposição de uma coroa de flores, onde o jornalista e poeta, saudou os deuses ancestrais locais, um mês antes da sua morte, na sequência de uma reportagem que efectuara às gravuras do Côa, enviado pela Revista Visão. A homenagem é feita em nome dos poetas eternos que, por obras ousadas e valorosas, em prol das suas musas, ” se vão da lei da morte libertando”
















Olá Fernando! ainda te vejo
Ali a sorrir e abrir os teus braços!

Sempre que por ali passo, não deixo de me lembrar de ti
e de olhar o centro da mesma pedra, o pequeno altar granítico
que emerge quase ao rés-vés com o distante horizonte a poente,
num dos pontos mais destacados do vasto planalto rochoso,
sulcado de morros e giestas! - E, ao deter-me junto a ele,
ao circunvagar tudo à minha volta, dificilmente
perco a oportunidade de contemplar
os mesmos espaços que tu abraçaste
num sorriso e num abraço, tão largo,
tão amplo e aberto, que dir-se-ia
quereres ao mesmo tempo respirar
aqueles puros ares e abraçares todo o Universo
































Alguns especialistas, ligados às ciências esotéricas, defendem que estes centros de culto, que geralmente se apresentam em forma de círculo ou amuralhados, como é o caso da Pedra da Cabeleira , são locais de cura, atravessados por linhas ou energias geodésicas especiais, que os saberes e a experiência de antigas civilizações, que viviam em estreita ligação com a Natureza, escolheram para seu benefício próprio e, ali, se dirigirem às suas divindades. De referir que as duas vertentes do vale são atravessadas pela falha sísmica do “graben" de Longroiva, nome de antiga vila de origem celta ,a que a freguesia de Chãs, já pertenceu, e onde existe uma das mais antigas estâncias termais do país.














Os dois monumentos pré-históricos - ambos descobertos por Jorge Trabulo Marques - fazem parte dos chamados alinhamentos sagrados, com a mesma orientação de muitas igrejas da antiguidade, ou, recuando ainda mais no tempo, como outros observatórios pré-históricos, existentes em várias partes do mundo, com os quais também já foi notícia internacional. Todos eles em perfeito alinhamento com os corpos celestes, especialmente os Equinócios e os Solstícios.

Os investigadores, que mais se têm debruçado sobre o estudo da área e deste sítio, como Adriano Vasco Rodrigues, e Sá Coixão, admitem a possibilidade dos imponentes megálitos terem sido cultuados por antigos povos que viviam da agricultura do vale sobranceiro, que escolheram o afloramento granítico que ali se ergue, como verdadeira fortaleza natural, para seus abrigos e celebrarem os seus rituais

A primeira referência ao Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. foi feita por Adriano Vasco Rodrigues, no seu estudo publicado em 1982, sobre a História Remota de Meda., que o classificou como “um local de sacrifícios ou culto do crânio”, remontando ao período "da transição do paleolítico para o neolítico". O investigador, profundo conhecedor do passado histórico da região, no estudo que então efectuou, aludiu ainda à lenda cristianizada, pela qual, na tradição popular, passou a ser conhecida de Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. Isto, pelo facto do povo associar a existência de uma pintura rupestre, “que parece a pintura de uma cabeleira humana” aos cabelos da Virgem Maria, ”na sua caminhada para o Egipto”.

Esta análise ao Santuário Rupestre aparece pela primeira vez inserida nas páginas do livro de sua autoria: Terras da Meda – Natureza, Cultura e Património, publicado em 1982. No entanto, Adriano Vasco Rodrigues, hoje não tem dúvidas de que “a identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa-Mãe, símbolo da fertilidade.” “Trazido do Médio Oriente para o Ocidente peninsular pelos primeiros povos agricultores.” E que “o culto do sol é fundamental nas sociedades primitivas e o conhecimento do calendário das estações para poderem fazer as sementeiras”.E aponta também como exemplo, “já num tempo mais próximo dos nossos dias” o mundialmente famoso Stonehenge








































Após a celebração haverá um convívio no pátio da Escola Primária com febras e sardinha assada.

A iniciativa tem o apoio da Junta de Freguesia e do Centro do Dia, Calcaterra - Turismo ( http://www.calcaterraturismo.com/ bem como dos proprietários dos sítios, Dr. Teresa Marques e Fernando José, que autorizaram a celebração nos seus terrenos.

Jorge Trabulo Marques – da Comissão Organizadora das Celebrações do Solstício, nos Alinhamentos Sagrados dos Tambores, Chãs Vila Nova de Foz Côa.


Retirado do Blog Os Tempos do Sol.

Bem Haja!

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